Meu colo de veludo enfeitei
com pérolas de cinza refulgente
pelas esquinas do vento então voei
debruada de azul, rumo ao poente.
Um vulcão de saudades na bagagem
lavas afogueadas de carinho
os meus lábios sedentos em viagem
sopravam brumas densas do caminho.
As minhas mãos, de húmus sequiosas,
enterravam-se buscando raízes
recreando memórias preciosas
meus pedaços de amor, horas felizes.
Pássaro ardente, corpo panteísta,
mergulhei na canção da natureza
assim fiquei mulher, poeta, artista,
trindade de harmonia e de beleza.
Dedico este poema a todos os açoreanos e a todos os amantes daquelas ilhas.
. NEVOEIRO