No centenário do nascimento de Miguel Torga aí vai o poema que lhe dediquei há muitos anos, ainda ele era um poeta vivo:
Toda a natureza
Espelhada no teu rosto.
A aspereza dos traços
Lembrando as fragas
E um coração cheio
Dilatando mágoas.
A graça de um riacho
Saltando de pedra em pedra
Em cristais de palavras
E uma semente que germina
E mais tarde será cacho
Na poesia que lavras.
Uma esperança brota
Em cada botão de Primavera
-odes verdes que assim cantas-
E o “Menir que emprenha o infinito”
É por ti erguido como um grito
E em apoteose
O mundo espantas.
. NEVOEIRO