Agora que o frio começa a apertar é sempre gostoso recordar este poema:
Na lareira as labaredas
de tão contentes que estão
vão lançando chispazinhas
trauteando uma canção
Brincam a saltar, ligeiras,
crepitando de alegria
fazem desenhos na pedra
da lareira, em fantasia
Em curtos trejeitos tentam
cada vez subir mais alto
e há coros de gargalhadas
a soar em cada salto
Gosto de vê-las tão rubras
em brincadeiras de lume
enquanto as achas exalam
doce e lenhoso perfume
Quando depois já cansadas
se aquietam de mansinho
num ninho morno de cinzas
dormem como um passarinho
E também eu vou dormir
levando as brasas comigo
no fundo do meu olhar
onde gaurdá-las consigo
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Lágrimas são a tinta do poeta
correm como um rio desaguando
num mar revolto, que depois desperta,
em sonhos que assim vão naufragando
As lágrimas escrevem amor, paixões,
humedecem as emoções vividas
perdem-se na tempestade de ilusões
como espuma em areias ressequidas
A tinta dos poetas, seres mutantes
arautos de quimeras delirantes
cativos em lágrimas, quais algemas
Lágrimas são a força, a garra, a fé
dos poetas ao sabor da maré
onde tangem os seus melhores poemas
. NEVOEIRO